O Passeio a Cavalo

O Passeio a Cavalo

Pedro e Tuco passeiam à cavalo
Pedro e Tuco foram dar um passeio a cavalo.

Pedro chamou Tuco:


-Venha Tuco! Quero te mostrar uma coisa!

Tuco disse “tchau!” aos seus amigos pintinhos, e saiu em disparada em

direção ao galpão de papai.

Chegou em um instante.

Lá, Pedro e papai estavam ao lado de um grande animal que Tuco nunca

tinha visto! Era alto, com pelo

marrom, uma longa cauda em forma de fios, que ficavam balançando com

o vento.

O estranho animal percebeu que Tuco o encarava:

-Que foi? Nunca viu um cavalo antes rapazinho?

-Cavalo? O que é isso? - perguntou Tuco.

-Eu sou um cavalo! Me chamam Alazão.

-Oi Alazão. Meu nome é Tuco e sou um cachorro.

-Eu sei o que é um cachorro… Diga-me Tuco, já andou a cavalo antes?

-Não. Como faz?

-O pai de Pedro põe uma cela em minhas costas, que é um assento, e um

ferro em minha boca, que ele

puxa para eu parar de andar ou para mostrar que direção eu devo ir. Então,

eles sobem em minhas costas

e saímos para um passeio. É muito divertido!

-Mas você não cansa de carregar gente em suas costas?

-Não! Eles são leves e nós cavalos somos muito fortes! E adoro galopar

pelos campos, e ir a lugares novos.

Será que Pedro deixa você vir com a gente?

O pai de Tuco terminou de preparar Alazão para o passeio. 

-Venha Pedro, vou pôr você na cela.

-Pai! Podemos levar o Tuco?

-Não sei Pedro, ele pode não gostar…

Tuco gelou de medo! Não queria subir naquela altura! Não gostou de ver

como Pedro parecia estar

inseguro lá no alto. Tentou fugir, mas papai o agarrou e entregou para Pedro,

que o ajeitou em seu colo na

cela. Depois, papai montou no cavalo.

Quando Alazão começou a andar lentamente, Tuco abaixou a cabeça e se

achegou aos braços de Pedro,

que o apertou firmemente:

-Calma Tuco! É seguro! Alazão é muito mansinho e treinado! Você vai gostar

do passeio!

Papai riu do medo de Tuco.

-Se ele está com medo agora, imagine quando corrermos! - disse fazendo um

som com a boca, que Alazão

entendeu como sendo um pedido para que fosse mais rápido!

-Segure-se amiguinho! - disse Alazão - Vamos voaaar! - e começou a galopar.

Tuco sentiu o ventinho bater em seu rosto, balançando suas orelhinhas.

Percebeu que realmente era seguro,

e se papai e Pedro estavam sobre aquele estranho animal, é porque

realmente era seguro! 

-Mais rápido Alazão! Pediu Tuco.

-Calma amiguinho! Eles tem que me pedir. Não posso ir mais rápido por conta

própria! Existem regras

que preciso cumprir para que tudo fique bem!

Alazão saiu da estradinha do sítio e chegou até a estrada de terra que levava

à vila  e mais adiante até a

cidade.

-Aonde vamos, papai? - quis saber Pedro.

-Vamos à vendinha de seu Hélio. Preciso comprar umas coisas e pagar uma

conta.

Pelo caminho Tuco ia observando tantas coisas que nunca tinha visto antes:

um grande arvoredo, campos

cheios de plantações, algumas poucas casas com crianças brincando em

frente… Tudo para ele era

novidade. Já estava grandinho e nunca havia saído do sítio desde que

chegou lá, quando ainda era um

pequeno filhote. Papai e Pedro iam conversando, e Pedro perguntando tudo

sobre todas as coisas que viam:

-Pai, que árvore é esta? Quem mora naquelas casas? O que vamos comprar?

Compra uma rapadura pra

mim?

Chegaram até a vila. Tinha mais casas, todas perto umas das outras. Mais

gente estava andando pelas ruas.

Passou um velhinho de bicicleta.

-Bom dia Seu Déco! cumprimentou papai.

-Bom dia! - respondeu o velhinho, seguindo seu caminho lentamente em sua

bicicleta.

Tuco estava adorando o passeio! Nunca tinha visto tanta coisa nova! Um

varal cheio de roupas coloridas

sendo agitado pelo vento, o cheiro de algum assado que vinha de alguma

casa, crianças voltando da escola,

pessoas de cavalo, bicicleta e a pé. Até um carro Tuco viu! Eles ainda eram

raros naquele tempo, poucas

pessoas os tinham.

Pararam em frente a uma casinha de tijolos, sem pintura. Era a venda de seu

Hélio.

Papai desceu e tirou Tuco e depois Pedro de cima do cavalo. 

-Pedro, vou ali conversar com seu Hélio. Pode ficar aqui fora com Tuco se

quiser, mas não saia pra longe,

vamos embora em seguida.

Venha Tuco, vamos nos sentar ali. Quero fazer um desenho no chão pra te

mostrar.

Enquanto Pedro desenhava na terra com uma varinha, uma menina se

aproximou.

-Oi! O que está desenhando? - perguntou ela.

-Oi! É um castelo. Gosto de desenhar castelos - respondeu Pedro.

-Qual seu nome? - perguntou ela, e sem esperar a resposta já disse - Me

chamo Luiza. Onde você mora?

Eu moro aqui com meu avô. Quantos anos você tem? Você tem irmãos?

Quem é aquele homem que

veio com você? É seu pai? E esse cavalo é de vocês? Eu nunca andei a

cavalo. Você pode me ensinar?

Olha! Você tem um cachorrinho! Que bonitinho! Qual é o nome dele? ele

morde? Você tem mais animais

de estimação? Posso passar a mão nele?

Pedro estava admirado com uma criança que falava tanto! Tantas perguntas,

e ele nem conseguia

responder nenhuma, até porque já tinha esquecido de todas. Luiza era

realmente uma menina muito

tagarela!

-Tuco. O nome dele é Tuco. Pode pôr a mão nele sim, ele é mansinho.

Luiza passou a mão na cabeça de Tuco, e deslizou até suas costas.

-Como ele é macio! Será que ele gosta de mim?

-Sim, ele gosta de todos, é amigo de todos!

-Mas você não me respondeu. Qual seu nome?

-Pedro! Eu não respondi porque você não deu chance! Você sempre fala

assim, rápido?

-Sim! Mamãe disse que sou tagarela! Disse que vou ser repórter! - riu Luiza.

-Ah, sim, este cavalo é nosso. Vou pedir para papai subir você em Alazão. 

-Alazão é o nome dele? Como ele é alto! Não sei se tenho coragem.

-Você vai gostar, Alazão é mansinho e muito cuidadoso com crianças.

-Venha! Vou mostrar onde brinco.

-Pai - gritou Pedro da porta da venda - vou ali com minha nova amiga Luiza.

Ela vai me mostrar seus

brinquedos. Posso ir?

-Pode sim, filho. Quando eu sair te chamo.

-Que educado! - admirou-se seu Hélio - ele sempre pede permissão para ir

aos lugares?

-Sim! Ensinamos a ele que sempre tem que avisar e pedir quando vai sair pra

algum lugar, assim

sabemos se é seguro e onde ele está. Pedro é muito educado!

Tuco foi seguindo Pedro e Luiza para o quintal de seu Hélio.

-Venha Alazão! Você não vem?! - perguntou Tuco.

-Não! Vou ficar por aqui. Cavalos não gostam de sair por aí seguindo

cachorrinhos e meninos!

Luiza levou Pedro até os fundos da casa de Seu Hélio, que era seu avô. Lá,

tinha uma casinha onde

ela guardava suas bonecas. Pedro ficou maravilhado com tantos brinquedos!

Era como se fosse uma

casa de verdade, mas só que de brinquedo! tinha fogãozinho, mesinha com

cadeirinhas, panelinhas,

copinhos, pratinhos.

-Vamos brincar? Você pode ser meu filho - disse Luiza…

-Tá bom - respondeu Pedro.

-E Tuco será meu bebezinho pequeno - disse, pegando Tuco e enfiando uma

mamadeirinha em sua boca.

Tuco não entendeu nada. O que era aquilo que ela enfiava em sua boca?

Tentou fugir e correu para trás

de Pedro.

-Ele não gostou de sua brincadeira. Melhor deixar ele quieto.

-Sim! Vamos fazer uma comidinha - Luiza correu até o jardim de sua avó e

arrancou umas folhinhas e

algumas flores. - veja! será o nosso jantar! Vou cortar e pôr na panelinha.

Você meu filho, pode recolher

seus brinquedos.

Pedro não gostou muito da ordem recebida daquela menina que nem

conhecia direito, mas como ali era

o filhinho, foi recolhendo, meio emburrado…

Tuco se animou ao ouvir a palavra “jantar”! Já imaginou que gostosura sairia

daquelas panelinhas:

“será que ela vai nos servir umas linguicinhas?”, pensou, lambendo os beiços.

Em seguida, Luiza pegou um pratinho e jogou algumas folhinhas cortadas

dentro e entregou a Pedro:

-Toma filho! Come tudinho!

Pedro entrou na brincadeira e fingiu estar comendo.

Luiza deu um pratinho para Tuco.

-Você também, coma tudo!

Tuco ficou muito decepcionado. Aquilo não era comida!

-Pedro! Onde está você? Vamos embora! - era papai chamando.

Ao chegar na frente da venda, Tuco encontrou papai com uma sacolada de

coisas que havia

comprado, e Alazão de olhos fechados. O que estaria ele fazendo?

-Alazão? - chamou ele. O que está fazendo?

-An? O que? - Alazão acordou - desculpa, eu acho que peguei no sono.

-Em pé? Como assim? Você dorme em pé?

-Sim, cavalos dormem em pé. Nós conseguimos dormir em qualquer lugar!

Tuco achou muito estranho, e certamente seria desconfortável, mas tudo bem,

afinal Alazão devia

saber o que estava fazendo.

Papai pôs Pedro e Tuco na cela, e em seguida subiu, com sua sacola de

compras no braço.

-Vamos Alazão, vamos pra casa! Tchau seu Hélio! Até logo!

-Tchau Pedro! - gritou Luiza - Vô, posso ir brincar com Pedro amanhã?

-Se o pai dele não se importar…

-Claro que não. Seria muito bom. Leve ela no sábado lá em casa.

Alazão partiu galopando em direção a casa. 

Pedro ficou feliz, pois fez uma amiga, e tinha dado um passeio.

Tuco também ficou muito feliz! Quanta coisa nova tinha aprendido e visto

naquele dia!


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